MANUEL CARVALHO

FADOS

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ALGUNS FADOS MEUS, QUE SE OUVEM POR AÍ...

PALAVRAS PARATI

 

 

Há palavras por nascer

No meio do labirinto

Dos poemas que te fiz

Saudades, eu sei dizer

Mas não define o que sinto

Quando me sinto infeliz

 

Em sonhos vejo palavras

Carregadas de emoção

Que gostava de cantar

Vejo-as redondas, quadradas

E em forma de coração

Mas que não sei soletrar

 

Com palavras doutras castas

Ando a tentar inventar

Algumas para te dizer

Muitas delas estão gastas

Já rompi o verbo amar

Por tanto amor te querer

MEU AMOR MEU POEMA

 

 

Quero dormir em teus braços

És colo dos meus cansaços

O poema qu’eu concebi

Aproveitando este ensejo

Vou confessar-te num beijo

Que gosto muito de ti

 

Ninguém me conte a verdade

Dizendo que a felicidade

Não passa duma expressão

Antes viver na utopia

Num mundo de poesia

Que perder essa ilusão

 

Quero que sejas meu fado

Todo a rimas bordado

Com linhas feitas de luz

Que tenha alma e me diga

Muito mais que uma cantiga

Na minha voz que o traduz

 

Quando a tristeza vier

Chamo-te minha mulher

P’ra fazeres amor comigo

Num incesto mais que louco

Vou fazendo pouco a pouco

Este poema contigo

 

 

DEPOIS MUITO DEPOIS

 

Foi da mais bela mãe qu’eu nasci

Como quem faz um fado por amor

Depois, muito depois eu aprendi

Que o mundo também é feito de dor

 

Remei contra a maré e então comi

O tal pão que o diabo amassou

Depois, muito depois quanto sofri

Por essa teimosia em que me dou

 

O tempo foi passando e eu vivi

A vida sempre em busca da verdade

Depois, muito depois eu percebi

Qu’está dentro de nós a felicidade

 

Certa noite d’Agosto eu encontrei

Uma estrela pensando ser meu norte

Depois, muito depois eu compreendi

Na vida não se vence sem ter sorte

 

MUITOS MEDOS OUTROS PASSOS

 

 

À muito que meu anseio

Era ter-te nos meus braços

Mas sempre havia p’lo meio

Muitos medos outros passos

 

Até que um dia vieste

Como quem vem p’ra se dar

E lembro até que trouxeste

Olhos tristes de chorar

 

Beijei-te como  quem tem

Um desejo acumulado

Amei-te como quem vem

Das galeras degradado

 

Nos teus olhos vi o brilho

De quem é feliz agora

Mesmo saindo do trilho

Quem é feliz já não chora

 

Anseios realizados

Somos felizes suponho

Mas por mal dos meus pecados

Tudo não passou dum sonho